Muitas pessoas tem aderido a restrições alimentares, sem ao menos entender o porquê. Dietas sem glúten, sem lactose, low carb, enfim, são inúmeras as opções que tem confundido a cabeça dos pacientes, que chegam ao consultório sem o mínimo de entendimento.
O glúten é uma proteína composta pela mistura das frações proteicas gliadina e glutenina, presentes naturalmente no trigo, centeio, cevada e aveia. Ele é o responsável por dar elasticidade nas massas quando entra em contato com a água. Derivado do latim, GLÚTEN significa COLA.
Por lei, todos os rótulos devem expor a presença do GLÚTEN, devido à Doença Celíaca, uma doença autoimune, provocada pela ingestão desta proteína, causando danos à parede do intestino delgado e comprometendo o processo de absorção dos nutrientes. Isso pode levar o portador de Doença Celíaca à desnutrição, quando não diagnosticado precocemente. O tratamento é a restrição total de produtos que contenham glúten.
Existem pessoas que podem ser intolerantes ao glúten e apresentar alguns sintomas como: mudança no hábito intestinal, dores articulares, dor de cabeça, fadiga crônica, dificuldade de concentração, problemas de pele, entre outros. O tratamento proposto, após longa anamnese na consulta, é uma dieta de rotação, ou seja, eliminar o glúten por 03 meses e depois fazer a reintrodução e observar os sintomas novamente. Retirar o glúten da dieta acaba gerando perda de peso sim, mas por restringir o consumo de carboidratos, embora atualmente existam uma série de farinhas alternativas sem glúten, porém, ricas em carboidratos também.
Lactose é um açúcar dissacarídeo presente no leite, formado por glicose e galactose. É uma molécula de difícil digestão devido à carência da enzima digestiva lactase. Em média, 80% da população é intolerante à lactose e vão apresentar sintomas gastrointestinais, tais como: distensão abdominal, diarréia, constipação, flatulência, má digestão, refluxo, entre outros.
A restrição de leite e derivados se faz necesária quando o paciente relatar alguns dos sintomas acima mencionados, ao ingerir produtos lácteos. Vale ressaltar que nos queijos, principalmete os queijos curados, a lactose está degrada e os intolerantes podem tolerar a ingestão sem apresentar desconfortos. Retirar leite e derivados da dieta não irá gerar perda de peso, mas muitos acabam desinchando, pois podem ser intolerantes sem nem saber.
Low carb significa fazer uma restrição na ingestão de carboidratos (pães, massas, batatas, doces e açúcares de modo geral, algumas frutas com maior teor de açúcar). De modo bem simples, o objetivo de restrigir carboidratos é amenizar a produção de insulina, hormônio responsável em metabolizar a glicose, que é o produto final da digestão dos carboidratos.
A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, responsável por transportar a GLICOSE para dentro das células. É considerada um hormõnio anabólico, ou seja, auxilia no processo de ganho de massa muscular mas também favorece o acúmulo de gordura em locais indesejados, como abdômen e fígado. Se a sua produção for excessiva, o corpo poderá desenvolver a RESISTÊNCIA INSULÍNICA, ou seja, a ingestão descabida de carboidratos irá sobrecarregar o pâncreas, gerando uma produção excessiva de insulina, a qual pode se tornar resitente à ligação à glicose ou causar uma falência no pâncreas, levando à deficiência na sua produção, podendo até gerar o Diabetes.
Manter os níveis de insulina baixos diminui a fome e a compulsão alimentar, fazendo com que o organismos utilize a gordura estocada como fonte de energia. Assim se atinge o emagrecimento e à melhora da esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado), quando esta se fizer presente.
O que realmente funciona é o paciente ser acompanhado por um profissional Nutricionista, ser avaliado nos mínimos detalhes, estar disposto a mudanças. Só assim, poderá ser elaborada uma conduta nutricional individulizada, sem modismos alimentares, prezando sempre pela qualidade de vida e bem estar do paciente.
Betânia Nogueira Lopes
CRN 3 2585
Nutricionista Clinica Funcional
– Nutricionista graduada pela UNESP BOTUCATU (Universidade Estadual Paulista), em 2003.
– Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional, pelo Centro Valéria Paschoal de Educação, em 2007.
– Participação em Cursos de atualização e Congressos de Nutrição Esportiva.
– Atendimento em consultório particular desde 2005, a portadores de Doenças Crônicas Não Degenerativas (Diabetes, hipertesão, Obesidade); pacientes pós cirurgia bariátrica; acompanhamento a praticantes de atividade física; adultos e crianças, de modo geral.
– Atuação em ambulatório de Saúde Pública, atualmente concursada na Prefeitura de Botelhos.
– Produção artesanal de Comidas Funcionais.
Rua Piaui, 451, sala 31
3714-7049 | 99144-6075